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Acordos Internacionais

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Muito se ouve falar dos acordos comerciais entre países ou blocos de países. Mas afinal, o que são esses acordos e como impactam na vida das pessoas?

Parece um assunto distante do cotidiano dos cidadãos, mas esses tratados interferem na precificação e na oferta dos produtos que consumimos, além de promoverem o aumento da produtividade da economia. Assim, as pessoas têm maior acesso a produtos mais baratos, variados e de melhor qualidade. A maior abertura da economia brasileira ao comércio internacional também promove o aumento da concorrência no mercado doméstico, o que ocasiona a redução de custos e gera estímulos à inovação, à produtividade e à competitividade.

Quando dois países ou um bloco de países selam um acordo de preferências comerciais entre eles, as barreiras são praticamente eliminadas.  É uma espécie de aliança de cunho político e econômico, onde regras e critérios são estabelecidos para a compra e venda de serviços e mercadorias entre as partes, com preferências em relação a outros países ou blocos.

Vale ressaltar que os tratados internacionais têm efeito de lei, ou seja, são oficiais. E quando assinados e promulgados, passam a valer nos territórios que celebraram o acordo.

Por ser algo complexo e que abrange uma série de negociações, aspectos jurídicos e estudos que envolvem inclusive a proteção da economia local, o processo de promulgação leva anos e passa por várias fases. Um exemplo é o acordo Mercosul-União Europeia, que ainda não está em vigor e que teve sua assinatura de intenção em 1995.

Depois da assinatura de intenção, cada país faz uma lista de produtos e serviços preferenciais para serem negociados com outras nações. Na prática, aqui no Brasil, as empresas do setor privado (indústria, comércio e agricultura) passam as suas sugestões para as entidades de classe regionais, que por sua vez remetem à CEB (Coalizão Empresarial Brasileira – entidade criada em 1996 com o objetivo de acompanhar e influenciar as negociações de acordos comerciais), que analisa e repassa ao Ministério da Economia (MRE), que encaminha para a CAMEX e então se cria a “posição brasileira”.  A partir daí, segue-se o cronograma de implementação do acordo.

E quais são as vantagens?

  • Os exportadores tem acesso preferencial a mercados prioritários. Provavelmente sem o acordo, vender para mercados com perfil consumidor e alto poder aquisitivo, seria difícil devido à grande concorrência e às barreiras (tributárias e não tributárias).
  • As condições de concorrência são equalizadas com outros países que já possuem acordos de livre comércio com o parceiro comercial.
  • Incremento de competitividade e inovação da economia brasileira: acesso a insumos de elevado teor tecnológico e com preços competitivos. Importar com benefícios fiscais e alíquotas de Imposto de Importação (II) reduzidas ou zeradas, faz com que o custo do produto seja menor, e assim as condições de aquisição do mesmo se tornam mais competitivas e atraentes.
  • Inserção do Brasil nas cadeias globais de valor: redução de barreiras, maior segurança jurídica e transparência de regras.
  • Acesso pelos consumidores, a maior variedade de produtos/qualidades com esperada redução de preços em decorrência da maior concorrência.
  • Essencial para a recuperação da competitividade brasileira.

No mapa acima podemos ver que hoje existem centenas de acordos comerciais entre os países ao redor do mundo. Agora, ao observarmos os acordos que o Brasil faz parte (mapa abaixo), podemos notar que existe potencial para avançar mais. Afinal, somos uma nação produtora de grande variedade e quantidade de produtos e serviços, ao contrário de muitos países, que dependem das importações para suprir a demanda de seus mercados internos.

Acordos do Brasil de preferências comerciais.

OBS: O Brasil é membro do bloco MERCOSUL (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e ALADI (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).

Nas tabelas abaixo estão descritos todos os acordos – vigentes, em processo de internalização e em negociação – que envolvem o Brasil.

DICA: Verifique se o produto que você tem interesse em vender ou comprar está em alguma lista de preferência comercial desses acordos (consulta pela NCM na TEC). Ou ainda, você pode se preparar e traçar estratégias para dentro de pouco tempo acessar grandes mercados consumidores como Estados Unidos e União Europeia. Grande oportunidades estão surgindo. Fique ligado.

TABELAS:

  1. ACORDOS COMERCIAIS DO BRASIL QUE ESTÃO EM VIGOR:
ANGOLA

ACFI – Brasil e Angola
ARGENTINA
ACE-14 Brasil – Argentina
ACE-80 Mercosul
BOLIVIA

ACE-36 Mercosul-Bolivia
CHILE
ACE-35 Mercosul-Chile
COLÔMBIA
ACE-72 Mercosul-Colômbia
CUBA
ACE-62 Mercosul-Cuba
EGITO

Mercosul-Egito
EQUADOR
ACE-59 Mercosul-Equador-
Colômbia-Venezuela
GUIANA
AAP.A25TM38 Brasil-Guiana-
São Cristóvão e Nevis
ÍNDIA

Mercosul-Índia


ISRAEL

Mercosul-Israel


MÉXICO
ACE-54 Mercosul-México
APTR04 Países membros da ALADI
ACFI Brasil e México
ACE-53 Brasil-México
ACE-55 Mercosul-México (automotivo)
PANAMÁ

APTR04 Países membros da ALADI
PARAGUAI
ACE-18 Mercosul
ACE-47 Brasil-Paraguai
(automotivo)
PERU

ACE-58 Mercosul-Peru
SACU-União Aduaneira
da África Austral


Mercosul-SACU
SÃO CRISTÓVÃO
E NEVIS

AAP.A25TM38 Brasil-Guiana-
São Cristóvão e Nevis
SURINAME

AAP.A25TM41 Brasil-Suriname
URUGUAI
ACE-02 Brasil-Uruguai
ACE-18 Mercosul
VENEZUELA

ACE-69 Brasil-Venezuela
Fonte: SISCOMEX.ORG.BR

2.ACORDOS COMERCIAIS EM PROCESSO DE INTERNALIZAÇÃO/NEGOCIAÇÕES CONCLUÍDAS:

COLÔMBIA

ACFI Brasil e Colômbia
EFTA-Associação Europeia de
Livre Comércio

Mercosul-EFTA
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

ACFI Brasil e Emirados Árabes
EQUADOR

ACFI Brasil e Equador
ESTADOS UNIDOS
Protocolo ATEC relacionado a regras
comerciais e de transparência
ETIÓPIA

ACFI Brasil e Etiópia
GUIANA
ACFI Brasil e Guiana
ÍNDIA
ACFI Brasil e Índia
MALAWI
ACFI Brasil e Malawi
MARROCOS
ACFI Brasil e Marrocos
MOÇAMBIQUE
ACFI Brasil e Moçambique
PALESTINA
Mercosul-Palestina
PERU
Acordo de Ampliação Econômico-
Comercial Brasil-Peru
SURINAME

ACFI Brasil e Suriname
UNIÃO EUROPEIA

Mercosul-União Europeia
FONTE: SISCOMEX.GOV.BR

3. ACORDOS COMERCIAIS EM NEGOCIAÇÃO/ DIÁLOGOS EXPLORATÓRIOS:

CANADÁ
Mercosul-Canadá
COREIA DO SUL
Mercosul-Coreia do Sul
INDONÉSIA
Mercosul-Indonésia
LÍBANO
Mercosul-Líbano
SINGAPURA
Mercosul-Singapura
VIETNÃ
Mercosul-Vietnã
FONTE: SISCOMEX.GOV.BR