Neste artigo, baseado num levantamento da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), vamos apresentar as particularidades brasileiras que contribuem para o agravamento da crise (falta) dos contêineres e o aumento do tempo de suas chegadas aos portos.
Já tratamos em postagens anteriores sobre a a crítica situação que a cadeia logística internacional está enfrentando, suas causas e consequências. Praticamente todos os países do mundo estão passando pelo mesmo problema.
Só que no Brasil, existem algumas características que contribuem para a piora desse quadro, veja:
- O Brasil responde por apenas 1% dos contêineres movimentados globalmente.
- Apresenta baixa eficiência aduaneira-portuária.
- Possui vulnerabilidades em termos de oferta e de preço dos serviços de transporte.
- Está fora das principais rotas de navegação.
- Apresenta desbalanceamentos em determinados fluxos de carga (importa mais mercadorias conteinerizadas do que exporta).
- Possui um elevado custo de oportunidade para as empresas de navegação operarem, em detrimento de outras rotas.
É por isso que hoje vemos com frequência os navios omitirem portos (quando deixam de atracar num porto que já estava programado), aumentarem as operações de transbordo e conexões. Isso gera grandes transtornos para os donos das cargas, pois os atrasos causados por essas operações prejudicam toda uma programação de fabricação e distribuição dos insumos e dos produtos. Fora os danos secundários, como a perda de contratos e a insatisfação dos clientes.
Os prazos que antes da crise eram praticados, agora já não valem mais. Por exemplo: o transit time (tempo de trânsito do navio) de um navio que vinha da Ásia, que antes era de 35 a 41 dias, hoje está entre 70 a 90. É muita diferença.
Por enquanto, infelizmente, não há previsão de curto prazo para amenizar a situação. Por isso a palavra do momento para as empresas é PLANEJAMENTO.