Como a atual ruptura logística está afetando as empresas e o mercado consumidor.
Já falamos no post anterior a respeito da crise logística que está fazendo com que os importadores e exportadores de todo o mundo reavaliem seus sistemas de compras e vendas. Já não é mais raro nos depararmos com notícias sobre o fechamento temporário de empresas e o anúncio de férias coletivas por falta de insumos para produção. O desequilíbrio no desabastecimento mundial está exigindo grande esforço e planejamento por parte de toda cadeia produtiva.
As consequências da falta de contêineres, congestionamentos nos portos e a alta dos preços dos fretes já podem ser notadas no mercado consumidor: carros, móveis, comida, roupas e computadores já estão ficando escassos e mais caros em vários países. Nações que dependem mais de produtos importados estão sentindo diretamente esses efeitos. É o caso por exemplo de alguns países da América Latina, que é considerada uma das regiões menos integradas do mundo. Segundo Claver-Carone, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), apenas 14% do comércio da América Latina é intrarregional, comparado com 59% da Europa e 41% da Ásia Oriental.
Países mais desenvolvidos também estão sentindo os reflexos. Além de portos congestionados, os Estados Unidos e o Reino Unido têm um grande déficit de motoristas de caminhões. O abastecimento das mercadorias está diretamente ligado a esse tipo de transporte. Centenas de contêineres deixam de ser retirados diariamente dos portos por falta de caminhão.
Outro índice que vem aparecendo como consequência, é a inflação. Com o aumento de mais de 500% nas tarifas dos fretes no último ano, os preços são repassados ao custo do produto, que fica mais caro. E quem paga é o consumidor. As empresas também sofrem, pois as que não conseguirem repassar esses custos, estarão expostas a grandes dificuldades financeiras. Geralmente as mais afetadas são as de pequeno porte.
Estima-se que no decorrer de 2022 essa situação continue. Isso porque as empresas trabalhando com baixos estoques, a demanda por bens e produtos em alta, novas variantes de COVID ameaçando novos fechamentos e o fluxo logístico desestabilizado, não deverão normalizar de um momento para outro.
Por Vivian Conz Reginato.